Por vezes a nossa missão está nos outros e não só em nós. Faz-te sentido? Para descrever a Helena faz todo. Vem descobrir a razão que leva alguém querer dar mais de si para atenuar os problemas do mundo. Entra pela porta desta casa nortenha e sente com eu quão são acolhedoras as pessoas que por lá habitam. Nesta história vais encontrar uma Helena e muitas Mimis.
-Sinopse de uma amizade-
Cruzei-me com a Helena num ambiente que nos abraçou durante quase um ano: na Academia Ubuntu. Eu recém-chegada e ela a guiar o grupo onde fiquei os "Tutus" (alusivo ao líder servidor Desmond Tutu). Posso dizer-te que é uma pessoa de bons abraços, de uma energia incrível e muito empática. Mas não te demores muito neste parágrafo, a parte boa está mais a baixo.
-Sinopse sobre a Helena-
Esta Solo Adventurer vem do berço de Marco de Canaveses dos lados do Porto e de formação traz uma licenciatura em Direito.
Neste momento da sinopse damos-te duas opções que podem ser acumuladas:
Podes conhecer um lado mais pessoal da Helena na sua partilha de história de vida na Academia de Líderes Ubuntu aqui. e/ou
Conhecer um outro lado da Helena que mostra a sua missão no mundo.
Achamos que fizeste bem, segue também por esta segunda.
Nas palavras da Helena percorre com ela o seu caminho no mundo social e como tem cruzado a sua vida por muitas missões até à sua chegada à Mimi, uma pessoa e um projeto muito especial.
"Sou voluntária desde 2009 pelo Instituto Português da Juventude, desde sempre sonhei conseguir ingressar num projeto de voluntariado, porque sentia que só conseguia crescer e sentir-me por inteira se ajudasse alguém, só assim a minha vida ganhava mais cor e sentido.
Fiz voluntariado numa instituição de crianças abandonadas, em limpeza de praias, nas florestas de forma a prevenir os incêndios… Mas foi em 2011 que conheci o voluntariado intergeracional, através do projeto “Recados e Companhia , também pelo IPDJ. Posso dizer que esse foi o momento mais marcante da minha vida, é como se todos os pontos se ligassem num único sentido.
Foi neste projeto que conheci a D. Zulmira, a D. Florinda a D. La Feria e a minha Mimi. Todas elas me marcaram ao seu jeito, mas devo confessar que a Mimi me “entrou” no coração de uma forma única e indescritível. Ainda me lembro do 1º contacto que tive com ela, apagada, cabisbaixa, introvertida e numa solidão profunda. Não sei como aconteceu, mas a realidade é que ganhámos empatia uma pela outra, e aquela senhora a cada visita ganhava vida, com gargalhadas incríveis, com um sentido de humor único e muitíssimo terna. Ela ensinou-me imensas coisas, como a fazer tricot, renda…. E o pão com queijo dela e o café era algo que em mais nenhum lado consigo experimentar, e as pataniscas? INCRÍVEIS.
Apesar de tudo, denotava imensas falhas no meu projeto, falhas que apenas eu não conseguia colmatar. Pois a Mimi não queria ser acompanhada por um centro de dia, não queria ir para um lar, apesar de necessitar pelas inúmeras doenças que tinha…Nomeadamente ter de trocar um garrafa de oxigénio que poderia terminar durante a noite e que pesava no mínimo 10kg. Houve um dia que a Mimi ficou na banheira e não conseguia sair, esteve lá durante horas, desesperada, até que as vizinhas a socorreram, foi aí que meti enchi-me de coragem e falei com as assistentes sociais, de forma a criarem condições para adaptar a casa de banho da Mimi e consegui. Desde então que comecei a escrever e apontar formas de melhorar o projeto e/ou de criar um que pudesse ajudar idosos que como a Mimi não querem sair de suas casas. Mas sempre me faltou a coragem, ora por medo, ora por dúvidas, ora por dinheiro, ora pela sociedade…
Em 2015 fui selecionada para um projeto de voluntariado na Polónia, na qual estive durante 9 meses, aí fiz inúmeras coisas, como ajudar em 2 centros de pessoas com deficiência, dar aulas de inglês a desempregados e a jovens com deficiência e dar aulas de inglês na universidade da 3ª idade. Aqui aprendi que nada é impossível, pois mesmo não falando polaco, e eles não falando português e pouco inglês a gente entediasse de uma forma única.
Em 2017 na academia de líderes Ubuntu, que percebi que tenho todas as ferramentas para conseguir realizar os meus sonhos, basta querer.
Em janeiro de 2018 concorri a um financiamento do IPDJ – Empreende Já com um projeto que visava suprir a solidão dos idosos no nosso país. O qual ganhou a 1º e a 2ª fase, tendo tido a possibilidade de abrir agora a minha associação. Importante referir que inicialmente o projeto chamava-se “what about us”, contudo, em maio de 2018 a Mimi faleceu e eu senti que fazia todo o sentido que o projeto se chamasse “Mimi”, pois foi ela a impulsionadora e a minha inspiradora. Em novembro de 2018 nasceu a “Associação Mimi”, coincidência ou não no mês do seu aniversário. Agora com associação criada esperamos ajudar inúmeros idosos em todo o país, levando amor e o afeto que tanto precisam."
Gostavas de conhecer um pouco mais da Mimi e até lhe dar uma mãozinha? Espreita aqui.
-Lições de Vida na primeira pessoa-
da Helena para nós
1. Ao longo da minha vida aprendi a banalizar as coisas, ou seja, não dar tanta importância a alguma eventualidade menos boa que aconteça na vida, pois existem situações bem piores no Mundo. Se aconteceu é porque tinha de acontecer, é erguer a cabeça, resolver e seguir em frente.
2.“O sonho comanda a vida” a vida é feita de sonhos uns mais concretizáveis do que outros, e os que são concretizáveis há que lutar pela sua concretização.
3. “Tudo parece impossível até que seja feito", esta frase é do Nelson Mandela, que diz tanto em tão pouco, nós por vezes fazemos um drama, porque não conseguimos algo e colocamos entraves onde por vezes não existem, mas a realidade é que nada é impossível, basta querer e acreditar.
4.“Ubuntu”, esta filosofia de vida que muito diz numa só palavra, eu só me sinto pessoa por inteiro e com mais cor se puder ajudar o outro e ver que fiz a diferença na vida de alguém, por mais pequena que seja.
5.Gratidão e conciliação, para me sentir bem e puder ajudar os outros tenho de me sentir em “paz “comigo mesma, tenho de saber perdoar, perdoar a mim e aos outros que por um motivo ou outro não agiram de forma correta. E por fim, agradecer, agradecer a toda gente que de certa forma atravessou o meu caminho e me influenciou das mais diversas formas e claro à minha família que me incutiram valores e que são sempre o meu porto seguro, e aos quais são eternamente Grata.
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Boas Aventuras,
Solo Adventurers Joana & Helena
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