De ascendência tem Portugal apesar de ter nascido em França não foi por isso que negou o que também era seu. No sangue está-lhe a independência e por isso fez dos sonhos a realidade ao transformar a sua vida entre quatro paredes para um escritório onde bate o sol e se ouve o mundo. Descobre o nomadismo digital e as lições de quem o construiu.
Sinopse de como nos conhecemos
Este é mais de um dos bonitos casos em que fui eu quem a conheci primeiro como sua seguidora, digamos que sou uma stalker saudável do seu conteúdo. Para quem se interessa pelos temas do nomadismo digital, empreendedorismo, freelancer então tem mesmo de seguir a Krystel. Uma pessoa genuína com conteúdo ao mesmo nível.
Sinopse sobre a Krystel
Ao entrarmos na sua página descobrimos várias curiosidades: é uma empreendedora, freelancer, marketeer, viciada em café e fã do Wordpress. Tem o gosto aguçado para "projetos desafiantes e inovadores". Se calhar já a viste nos meios de comunicação ou ouviste-a na rádio daquela vez em que foi à Renascença. Agora agarra a oportunidade de a conhecer um pouco mais através da sua história e lições de vida.
"O meu nome é Krystel e, apesar deste nome, sou portuguesa. Mas a origem do nome pode até, agora com a idade é que penso muito nisso, estar ligado ao que acabei por fazer e seguir na minha vida. Nasci em França, nos arredores de Paris, em junho de 1991. Filha de portugueses emigrantes em França, sempre olhei para os meus pais mais como franceses, do que como portugueses. Apesar de terem nascido ambos em Portugal, a minha mãe tinha apenas 4 anos quando foi para França e o meu pai 9. Cresceram e formaram-se enquanto pessoas naquele país que me acolheu também. No entanto, eu só ficara lá até aos meus 4 anos de idade (curioso que saí de França com a idade com que a minha mãe fora para lá!). O meu pai recebeu em 1994-95 uma proposta de trabalho para vir abrir o serviço de catering do Aeroporto de Lisboa. E assim viemos nós, eu, o meu irmão e os meus pais, para Portugal, ancorando a nossa casa e família na margem sul do Tejo, em Corroios.
Digo muitas vezes que a margem sul é o meu “lado certo da vida”. Foi onde cresci e vivi até aos 19 anos. Durante toda a minha infância e adolescência, tive a sorte de viajar regularmente, muito por conta dos benefícios de empresa do meu pai, e via também muito o meu pai a viajar, muito por conta do trabalho. Acredito que o facto de ter um pai tão viajante e sempre “cá e lá” foi uma das poderosas sementes para eu ter este sentimento de wanderlust (i.e. desejo intrínseco e profundo de viajar) tão presente.
Aos 19 anos, quando acabei o 12º ano depois de três anos no agrupamento de Humanidades, sabia que queria seguir Comunicação – cresci a sonhar com Jornalismo e com viver da Escrita. Durante uma Futurália, a feira profissional que se realiza em Lisboa e onde muitos finalistas de secundário vão, cruzei-me com o Campus France e a Alliance Française que estavam lá a apresentar os cursos e as faculdades francesas. E aí decidi: queria ir estudar para Paris.
Candidatei-me a várias faculdades e universidades e acabei por entrar na Sorbonne em Paris. Agosto de 2010, a minha mãe e eu vamos de carro até à capital francesa. A partir daí, estaria por minha conta (sempre tendo, claro, a rede de segurança familiar, mesmo que distante).
Comecei a trabalhar para pagar a renda do quarto da residência estudante onde vivia. Durante os anos em que estive em Paris trabalhei em restaurantes de fast-food, em pastelarias, em caixas de supermercado, em distribuição de panfletos na rua, em call centers e é impressionante como todos esses trabalhos me ensinaram qualquer coisa que retenho para sempre. A aprendizagem de que trabalhar é necessário para pagar contas… mas a que custo?
O facto de estar a viver numa das cidades mais bonitas do mundo e de não ter tempo nem energia e disposição mental para a aproveitar, começou a mexer-me com o sistema nervoso. Trabalhava para poder pagar uma vida numa cidade que escolhera mas na qual não me restava tempo para a aproveitar. Entre estudos e trabalho, sentia o tempo a escapar-me pelas mãos e decidi que não queria iniciar a minha vida ativa já com tanta insatisfação que via em tantas outras pessoas.
Depois de dois estágios relacionados com a área da Comunicação, percebi que tinha escolhido a área certa… mas que o modelo de trabalho de me exigir presença local não me convinha. Queria ser livre para estar onde quisesse estar, e acreditava que isso não precisava de me prejudicar profissionalmente. Comecei a pesquisar por coisas como “trabalhar a partir de casa” ou “ganhar dinheiro online”. Encontrei muita banha da cobra e fórmulas mágicas, mas também encontrei muitas pessoas, sobretudo nos Estados Unidos da América e no Brasil, que trabalhavam de forma 100% online, com carreiras profissionais de sucesso, e que o faziam a partir de qualquer lugar do mundo.
Decidi que era isso que queria fazer. Trabalhar na área da Comunicação, mas criar o meu modelo de trabalho. Queria que, finalmente, o trabalho se adaptasse à minha vida e parar de fazer o inverso.
Passei o ano de 2015 a estudar muito sobre digital (o curso de Comunicação na faculdade era demasiado teórico e pouco digital ou prático), a entender o que gostava de fazer na comunicação online, a perceber como funcionava trabalhar como prestadora de serviços, recibos verdes e afins. Ainda vivia em Paris, ainda trabalhava, mas todo o tempo que tinha livre era dedicado a isso: queria tornar-me freelancer remota e com o diferencial de querer trabalhar em português e para clientes em Portugal.
Entre sites de trabalho remoto, entre muitos trabalhos feitos gratuitamente para mim para criar portfólio, consegui perceber que o meu grande interesse era o conteúdo e uma grande competência técnica era a criação de sites e estratégia digital. Especializei-me nisso: no marketing de conteúdo e no posicionamento de projetos de conteúdos no digital.
Em 2016 já estava confiante com o portfólio que tinha e com os clientes que tinha recrutado e decidi que já estava segura o suficiente para fazer isso a full-time. E aqui entramos numa timeline:
Janeiro 2016: decidi que já tinha o necessário para trabalhar de forma full-time como freelancer remota e por conta própria;
Fevereiro 2016: criei o projeto Nomadismo Digital Portugal que se iniciou como um blog onde eu partilhava o que tinha feito para me tornar freelancer;
Abril 2016: entreguei as chaves do meu apartamento de Paris, fiz as malas e comecei a viajar pela Europa.
Nesse ano de 2016, aproveitei o facto de o meu namorado (atual marido) estar a fazer mestrado em Dresden, na Alemanha e fui ter com ele. A partir daí, viajei para cidades como Barcelona, Berlim, Budapeste, Bratislava e vim até Austin, no Texas. Decidimos casar nesse ano e, foi precisamente os Estados Unidos, o país que escolhemos para nos fixarmos. Ele trabalha hoje como Engenheiro Informático em Palo Alto, e eu tenho o privilégio de poder viver na Califórnia, sem me preocupar com vistos de trabalho ou entrevistas profissionais… pois tenho o meu trabalho como freelancer criado para funcionar remotamente e à distância. Essa é, para mim, a maior liberdade de trabalhar remotamente: o nosso trabalho adaptado à nossa vida.
O que é o Nomadismo Digital Portugal?
O Nomadismo Digital Portugal, projeto que criei em fevereiro de 2016, onde crio conteúdo que ajuda as pessoas a criarem as suas próprias atividades profissionais no online.
Por ter passado um ano a consumir conteúdos estrangeiros sobre trabalho remoto que nem sempre estão adaptados à nossa realidade, economia e cultura, decidi que quando conseguisse trabalhar de forma full-time como freelancer, que queria criar um projeto que ensinasse aos portugueses o que aprendi e onde pudesse partilhar um pouco da minha experiência.
O projeto tem tido felizmente muita atenção pela parte de várias entidades e hoje é monetizado através da venda de produtos especializados, como é o caso do eBook Como ser Freelancer ou do Curso Online Descobre a tua Atividade Profissional no Online.
www.nomadismodigital.pt
O que é o Sou Nómada?
Em maio de 2019 decidi lançar um projeto pessoal, chamado Sou Nómada, onde partilho conteúdos sobre a Califórnia e Silicon Valley.
www.sounomada.com
Lições de vida na primeira pessoa
-da Krystel para nós-
1. Ensinar a pescar é mais importante do que dar o peixe – não há nada mais poderoso do que uma pessoa empoderada e motivada para construir a sua própria felicidade.
2. Não acredito que o trabalho remoto seja o modelo perfeito ou para toda a gente. É preciso saber pôr na balança os prós e os contras, e analisar os resultados… haverá sempre um lado mais vencedor que o outro.
3. Não existe não ter experiência – todos temos experiência em algo e isso pode ser útil para alguém, mesmo sem diplomas ou canudos associados.
4. Quero ajudar a criar mais freelancers e os meus próprios concorrentes – só com uma massa de profissionais de qualidade é que o modelo de trabalho remoto se pode tornar mais viável e saudável para todos.
5. Os robôs e a automatização não nos vão roubar nada – o que nos proporcionam é reflexão sobre o diferencial do ser humano. Aconselho a que reflitas nisso agora e te adaptes hoje a essas mudanças.
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Não percas uma aventura!
Boas Aventuras,
Joana Feliciano & Krystel Leal
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