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Foto do escritorBeatriz Bernardo

5 indícios de uma relação abusiva

Numa altura em que o país parece acordar para o alerta de sinalização de relações tóxicas e abusivas, torna-se evidente que nunca é demais abordar este tema. É necessário realçar que esta lista não é extensiva, ou seja, uma relação nociva não se esgota na verificação destes aspetos, podendo manifestar-se nas mais variadas formas e com os mais simples (e por isso, muitas vezes, despercebidos) detalhes. Assim sendo, também não é imperativo que se verifiquem todas as características mencionadas (nem tampouco nesta ordem) para que se possa confirmar a existência de abusos numa relação.

Assim, alguns dos possíveis indícios de uma relação abusiva são os seguintes:


1. Chantagem – que pode revestir-se em infinitas ações. Seja pelo facto de o agressor colocar forçosamente os seus interesses em primeiro, sem deixar liberdade individual para a vítima, ou até a fazer com que esta se esqueça dos seus próprios objetivos. Como se isso não fosse suficientemente gravoso, geralmente a chantagem faz-se acompanhar da intimidação, com o recurso ao medo e tomando proveito dos pontos fracos da vítima.

2. Manipulação. A manipulação anda de mãos dadas com a chantagem, sendo até difícil isolá-las. É frequente a imposição de regras unilaterais pelo agressor e a sua normalização. Pode também passar pelo facto deste se considerar “o melhor”, o que leva ao raciocínio de que se não for ele, a vítima não vai encontrar mais ninguém.

3. Ciúmes. Este é um tópico que, no entender de alguns, pode deixar alguma margem para análise. Independentemente disso, há limites. Não devemos compactuar com comportamentos obsessivos e dominantes, de quem nos trata como propriedade exclusiva. Estar numa relação não é pertencer a outra pessoa, é apenas partilhar com ela uma vida comum.

4. Controlo. O típico agressor gosta de sentir que tem a vítima “dominada” e, por isso, manipula-a de forma a saber todos os passos que dá. O controlo passa por querer saber com rigor onde vamos, com quem vamos, porque vamos e o que levamos vestido. E se não formos, melhor ainda….

5. Posse – aliada a todas as outras red flags, está também a exigência de tornar a vítima numa propriedade privada de uso exclusivo, como se de um bem banal se tratasse. E esta posse leva, muitas das vezes, a que a vítima se veja afastada dos seus amigos e família, por ter o horário propositadamente preenchido pelo agressor, que tem por objetivo isolá-la do mundo que a rodeia.


Invasão de privacidade, ameaças, controlo, culpabilização da vítima e normalização do comportamento do agressor não devem ser tolerados. Estar numa relação não implica nunca a anulação da nossa personalidade e liberdade individual. Não pode significar perder amizades, anular planos ou deixar de vestir determinada peça de roupa.

Se revês a tua ou o teu parceiro em alguma destas características, reflete sobre isso e prioriza-te. Abuso não é amor. O medo de ficar só não pode ser sinónimo de tolerância de violência, seja ela qual for. Nunca estarás sozinho, não tenhas receio de procurar melhor.

A ajuda existe e está ao alcance de todos. Se achas que podes estar num namoro violento e abusivo, não deixes de consultar o site da APAV ou utilizar a linha de apoio telefónico gratuito (707 200 077 / 800 202 148).

Antes de amares alguém, ama-te a ti próprio e não aceites menos do que aquilo que mereces.


Vemo-nos no próximo nível?













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