E se a tua vida parecer tirada de um molde feito à tua medida? E se te começasses a questionar mais sobre esse molde? E se te encontrasses quando te tornas mãe no sentido mais abrangente da palavra? E se tentasses ser feliz só porque sim ou porque não, ou porque e ‘se’? A história da Alexandra tem tanto de questionamento como de novo caminho recheado de aprendizagens. Na sua estória cabem os ‘ses’, os ‘talvez’ e até uma nova carreira empreendedora. E na tua o que queres que caiba?
Vem daí conhecer esta Sonhadores Praticante e algo que te pode inspirar a dar o próximo passo.
Sobre a Alexandra Martins
"Os marcos da minha vida
Sempre levei uma vida muito "certinha". Um percurso escolar exemplar, saí da faculdade para trabalhar na área de estudos, casei aos 24 anos com o namorado da faculdade e fomos pais aos 28 e aos 32 anos. Fui fazendo check ☑️ a todos os pontos que achamos, quando somos mais novos, que representam a "vida de adulto".
Quando era mais nova, sabia bem que queria constituir família e ser mãe. Já não tinha tanta certeza do que queria ser a nível profissional. Segui Humanidades no Secundário, depois Ciências da Comunicação, na NOVA FCSH, por ser um curso com muitas saídas, com muita abrangência. Enquanto tinha amigos, colegas, até o meu namorado, que sabiam exatamente o que queriam ser, eu continuava à procura. Enveredei por Comunicação Empresarial e, depois de terminar o curso, as oportunidades foram surgindo e eu fui indo, um pouco ao sabor da corrente. Durante 14 anos, passei por uma agência de comunicação, uma holding, uma cadeia de livrarias, uma editora de manuais escolares e uma sociedade de advogados. Fiz marketing, campanhas, eventos, comunicação, uma perninha nos recursos humanos e na responsabilidade social corporativa.
Para mim, o marco mais importante da minha vida é o momento em que me tornei mãe. Algo mudou indelevelmente em mim com a maternidade.
Quis ser mais, quis ser melhor, comecei a tomar consciência do impacto que tenho em tudo o que faço. E sinto que o meu caminho de desenvolvimento começou aí: como é que eu posso ser uma pessoa melhor para dar o exemplo aos meus filhos; como é que eu posso transformar este mundo num lugar melhor para os meus filhos; como é que eu posso educar melhor os meus filhos para que eles sejam bons seres humanos e cidadãos.
Enfim, fui cumprindo os meus sonhos na vida pessoal, comecei a desenvolver-me enquanto pessoa, mas ao mesmo tempo sentia que estava cada vez mais estagnada em termos profissionais, cada vez mais desenamorada do Marketing, mas novamente perdida sem rumo certo a tomar. Foi então que avancei para um processo de coaching. A minha ideia era encontrar um novo rumo profissional, mas descobri muito mais sobre mim (talentos, aptidões, crenças, a recuperação de uma autoconfiança que andava pelas ruas da amargura e uma liberdade de poder fazer o que quiser). A isto, juntou-se um burnout provocado por um contexto profissional muito tenso, com uma carga de trabalho muito grande e níveis de stress e ansiedade muito elevados.
Diria então que este é o segundo marco da minha vida: um burnout e um processo de coaching que me fizeram repensar e reavaliar toda a minha vida profissional e o equilíbrio que eu quero manter entre o trabalho e a vida pessoal, o tempo com os meus filhos, a minha saúde mental e física.
E foi por causa disto que eu mudei de vida, saí do emprego onde estava e lancei-me a solo como mentora e consultora de mães que precisam de encontrar algum equilíbrio nas suas vidas, entre serem mães, mulheres, profissionais e donas de casa. Para que não cheguem ao limite, como eu cheguei. Trago-lhes agora todas as ferramentas que já tinha e todas as que aprendi e que pratico no meu dia a dia com o intuito de as ajudar. Dou mentoria individual e em grupo, faço consultoria, workshops, dou aulas gratuitas no Youtube todas as terças-feiras (as minhas Aulas Práticas para Ser Feliz Porque Sim) e tenho mais uma mão-cheia de projetos que quero lançar neste meu negócio.
Porquê especificamente mães? Porque é a realidade com a qual me identifico. E porque, depois de começar a aprofundar mais o assunto, percebi que andamos todas igualmente perdidas e cheias de dúvidas, só que existe muita necessidade de se parecer perfeita nas redes sociais, no emprego, na sociedade em geral.
Porque mulher de sucesso é aquela que tem vinte pratos a girar no ar mas não deixa cair nenhum. Só que, eventualmente, algum vai cair e, por norma, é sempre o da saúde (mental ou física).
A maternidade do século XXI tem tendência para ser solitária, mas precisamos de quebrar essas barreiras. Isto não é uma competição entre mães. Precisamos de mais sororidade e mais empatia. Mais apoio entre nós.
Se há coisa que nunca me tinha imaginado a ser era empreendedora. Mas para poder fazer isto, para poder ajudar outras mães a melhorarem as suas vidas, esta é a forma que encontrei. E cá estou! Muito feliz!"
Mais sobre a Alexandra Martins e o "Ser feliz porque sim"?
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Lições de vida
-da Alexandra para nós-
Estamos sempre a aprender. E podemos aprender com tudo: com os livros que lemos, os filmes que vemos, as pessoas que conhecemos. Só temos mesmo de ter os ouvidos (e o coração) abertos e vontade e curiosidade.
Considero-me uma eterna estudante e, por isso, estou sempre a aprender. Mas como aqui só posso partilhar 5 lições, aqui ficam:
1-Os filhos são os maiores professores dos pais.
Esta parece cliché, mas é verdade. Se estivermos dispostos a libertar o nosso ego, a ouvir e a aprender, os nossos filhos têm tanto para nos ensinar. Sobre eles, sobre o mundo e sobre nós próprios. Porque nos dão novas perspetivas da vida, porque fazem perguntas e exigem respostas que os satisfaçam (coisa que também devíamos aprender a fazer), porque tentam, arriscam, falham mas isso não os desmotiva. Estão a descobrir o seu lugar no mundo e todos os dias é uma novidade, todos os dias têm estrelas nos olhos e um coração de aventuras por viver. São artistas e cientistas e atletas. Pensam fora da caixa porque nem sequer sabem que existe uma caixa. E nós temos tanto a aprender com essa liberdade e autenticidade.
2-Aprende com os erros. Os teus e os dos outros.
Diz-se que devemos aprender com os nossos erros. Mas nós não vivemos tempo suficiente para cometer toda a espécie de erros, por isso eu digo que também devemos aprender com os erros dos outros. Se um amigo salta de um muro e parte um braço, não precisamos de ir fazer o mesmo para aprender, certo? O mesmo aplica-se a tudo na nossa vida. Não quer dizer que os erros dos outros sejam erros para nós, mas que sirvam para análise, que sirvam para, quando for a nossa vez, pensarmos melhor o salto e aterrarmos com mais segurança.
3-As dores dos outros são as dores dos outros, não são as nossas.
Em tempos li que empatia é tratar o outro não como nós gostaríamos de ser tratados mas como o outro gostaria de ser tratado. E isso ficou-me. Porque muitas vezes nós queremos ser empáticos e mostrar solidariedade com as dores dos outros, mas o que acabamos a fazer é uma apropriação daquilo que não é nosso. Não é por termos passado por problemas, tragédias, o que for, que isso nos dá ideia de como o outro está a viver as suas dores. Somos todos diferentes e devemos respeitar essa diferença. As experiências semelhantes unem-nos, criam conexão, mas não se sobrepõem. E sim, é possível ajudar o outro sem partilhar as mesmas dores e, mais importante, sem lhe dizer como é que ele deve sentir as suas dores.
4-Mudar é assustador, mas pode ser a coisa mais libertadora de sempre
A maior parte das pessoas é avessa à mudança, a sair da sua zona de conforto, a experimentar coisas diferentes. Porquê? Porque mudar traz insegurança, porque mudar traz o desconhecido e isso assusta. Já estive, durante muito tempo, desse lado da barricada. O medo de falhar, de não correr bem, de dar para o torto. Mas! Mas e se der certo? E se for um sucesso? E se correr mesmo bem e tu voares? O caminho faz-se caminhando e a vida é feita de mudança. Quer queiramos, quer não. Mais vale encarar a mudança por aquilo que ela é: mais uma etapa nesta estrada que é a vida. É uma crença muito difícil de largar, mas quando o fazemos a sensação de liberdade é avassaladora. Vale bem a pena experimentar :)
5-Ser feliz dá muito trabalho, mas é muito melhor do que a alternativa
Se o meu negócio se chama Ser Feliz Porque Sim, esta teria de ser a minha última lição do dia. Ser feliz dá muito trabalho, é como um músculo que tem de ser treinado diariamente - temos de praticar olhar para a vida com olhos alegres, temos de praticar manter o otimismo mesmo nas situações mais adversas, temos de praticar o amor, a empatia, o respeito e a alegria todos os dias. Mesmo nos dias em que não estamos felizes, podemos ser felizes. Porque ser feliz dá trabalho, mas é muito melhor do que a alternativa. Ser feliz faz-nos viver. Ser infeliz faz-nos sobreviver. E a vida vale tanto a pena ser vivida!
Sentiste empatia por esta história? A Alexandra está disponível para receber e responder a todas as questões, curiosidades e/ou sugestões.
Envia-nos um email para geral@soloadventures.pt e nós fazemos chegar-lhe a mensagem.
Boas Aventuras,
Joana Feliciano & Alexandra Martins
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