A perceção que temos de tempo acaba por ser algo muito pessoal, mas é bastante comum sentir que pouco controlo temos sobre ele e geri-lo acaba por ser um desafio. A crónica de hoje não tem como objetivo dar dicas de gestão de tempo, mas antes de orientar um pouco a aventura que essa tarefa pode ser. Para que não restem dúvidas, o título é claro, não é tarde demais. E não é mesmo. Seja para aprender a andar de bicicleta, fazer uma viagem, mudar de corte de cabelo, ingressar na faculdade, qualquer coisa. Esta ideia tende a ser varrida para debaixo do tapete, como qualquer outro clichê, mas realmente é preciso valorizá-la. Quantas coisas deixámos de fazer por ser tarde demais? E quantas vezes nos apercebemos mais tarde que talvez não tivesse sido tarde demais? Porque é que desculpamos a nossa falta de coragem num possível mero desenquadramento temporal? E se for tarde demais, porque não tentar na mesma?
Afirmar que é demasiado tarde para fazer alguma coisa, pressupõe (erroneamente) que existe uma janela de tempo ideal e que fora dela deixará de fazer sentido agir. Mas como sabemos da existência dessa janela? Quem é que a define? Quem é que a impõe? Não sejamos demasiado rígidos, nem tentemos encaixar apenas por ser o mais comum. Só porque deixámos de fazer algo no passado, a nossa oportunidade não fica inviabilizada. E ninguém tem o direito de nos impor tal limitação.
Arrisquemos. Façamos mais aquilo que realmente queremos e não o que esperam de nós. Façamos no nosso tempo, quando quisermos, como quisermos.
Vemo-nos no próximo nível?
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