Tens uma relação de amor-ódio entre o tempo de trabalho e o 🥊 de descanso? Sentes-te irritado/a quando não estás a fazer algo produtivo? O dolce far niente causa-te calafrios?
Pois bem eu sentia (e às vezes ainda sinto) tudo isso.
Há uns tempos (há mais de um ano na boa das verdades) tomei consciência que para mim o tempo de descanso (seja ele encapuçado de férias, fim de semana ou aqueles finais de dia depois do trabalho), o dolce far niente deixavam-me tensa e com densos sentimentos de culpa pela falta de produtividade. Evitava-os a todo o custo!
Media o meu valor pelo nível de produtividade, pelas checklists, pela gestão de tempo de fazer inveja e pela habilidade de sempre estar a fazer algo. Tudo isto tem o seu lado positivo (e.g. capacidade de estar envolvida em vários projetos, organizações, fazer em menos tempo muita coisa, etc) mas é preciso manter um equilíbrio.
Eu sou o tipo de pessoa que quando ouve a palavra férias não se imagina de toalha estendida durante 15 dias numa praia ( não quer isto dizer que não tente e que quando o faço mesmo que 5 dias não leve comigo uma mala com livros, cadernos de apontamentos, um sketchbook, ...).
Férias no meu imaginário têm este cenário: workshops, voluntariado internacional / nacional, viajar, conhecer outras culturas e histórias, visitar museus, desenhar, artes manuais, ler vários livros ao mesmo tempo, ver filmes e documentários densos de reflexão e , claro, tempo para dar um boost nas tarefas e projetos que fora dessa época ficam normalmente para as horas pós-laborais! A que isto soa? A descanso típico talvez não seja, mas para mim faz-me sentir feliz e realizada.
Nada disto é mau, errado ou certo. É o que é, tal como cada pessoa é quem é. Mas este quadro idílico para a minha mente de overthinker e planning freak quando não bem doseado pode correr para o torto e antes que corresse eu decidi fazer algumas coisas:
Colocar espaço na agenda para tempos lúdicos e planos com amigos/ família
Procurar uma profissional de saúde mental para maior autoconhecimento e desenvolvimento pessoal
Partilhar mais sobre a minha experiência e escutar a de quem me rodeia
Ler mais sobre temas de psicologia, filosofia e desenvolvimento humano
Lançar os encontros de empatia com a equipa da Solo Adventures
Pode não ser muito mas é como se diz, ou pelo menos eu digo: One huge step for a woman, a one very tiny leap for mankind / “Um grande passo para uma mulher, um pequeno salto para a humanidade".
És um(a) workaholic?
Parece que ser workaholic (i.e. uma pessoa que trabalha compulsivamente) é um conceito vangloriado nas sociedades modernas de ritmo acelerado. Andamos há largos séculos com as prioridades trocadas.
Vivemos na era da hiperconetividade, do dispositivo móvel na mão, da síndrome do FOMO- Fear of missing out e do FOBO - Fear of a Better Option. Os prazos são feitos para ontem, a urgência para hoje.
A Forbes indica-nos os 7 sinais para detectar se és um workaholic, vê em quantos fazes check✔️:
Pensas em como podes ter mais tempo para trabalhar.
Passas muito mais tempo a trabalhar do que inicialmente planeavas.
Trabalhas para reduzir os sentimentos de culpa, ansiedade, impotência e / ou depressão.
Outros pessoas disseram-te para reduzires o trabalho e não queres ouvi-los.
Fica stressado/a se fores proibido/a de trabalhar.
Não prioritiza hobbies, atividades de lazer e / ou exercícios devido ao teu trabalho.
Trabalhas tanto que isso tem influenciado negativamente sua saúde.
E lembra-te: "workaholics fazem escolhas sem alma".
Temos de combater para ganhar mais vida.
Boas Aventuras,
Joana Feliciano
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