Os millenials são a geração das transições. Com um pé no antes e no depois. Com uma mão na estrutura que os nossos pais criaram e outra no desenrasque que os nossos tempos instigaram. Nada corresponde mais à realidade dos millennials do que uma panóplia de qualificações, certificações e aptidões, que nunca são demais. Desde o cargo de efectivo, ao temporário recém-chegado e acabando no desempregado reticente, é raro o currículo que não reúna uma lista de workshops, cursos e formações. Para além da necessidade de adquirir mais competências, existe também a necessidade crescente de aumentarmos a nossa fonte de rendimento ou.... O bicho papão de qualquer recém-chegado ao mercado de trabalho: Experiência. Não obstante aos sites de emprego, mas durante os nossos momentos de swipe incansáveis, todos nós já nos deparámos com as demais publicidades e anúncios de complementos de fonte de renda. Uns mais duvidosos, outros mais credíveis. Os tempos mudam, as tecnologias mudam, as características dos trabalhos mudam: como pudemos assistir com o Covid vimos ganhar peso os empregos em modo remoto e a possibilidade de desempenharmos a nossa função a partir de qualquer lado. A pergunta que se coloca é: saberemos nós vendermo-nos? Saberemos nós captar as nossas melhores qualidades e colocar um valor nisso?
“Tropecei” na Sílvia num momento de abstração total. Como qualquer elemento da minha geração, estava refugiada nas minhas redes sociais. Encontrei-a através do TikTok. Os vídeos com humor e boa disposição, para além do meu bichinho pela escrita criativa, fizeram com que o conteúdo dos TikToks da Sílvia não me fossem indiferentes. Mais tarde voltei a encontrá-la no Instagram (bem-ditos cookies e protecção de dados). Confesso que já há muito tempo que procurava uma forma de complementar a minha experiência profissional. Algo que me fascinou logo em primeira instância foi a atitude destemida com que convida os utilizadores, sem experiência nas suas áreas, a darem os primeiros passos no mundo do freelancing. Todos nós já lidámos profissionalmente com uma avalanche de portas fechadas na nossa cara ou outros momentos mais desmotivadores. A Sílvia, através dos vídeos e publicações, utiliza as suas próprias experiências e os obstáculos mais comuns para incentivar qualquer um que queira enveredar pelo freelancing. Através das suas publicações podemos acompanhar também as características do seu trabalho, como por exemplo a possibilidade de trabalhar através de qualquer parte do mundo, com as demais comodidades e ao nosso próprio ritmo.
Passo então a apresentar-vos a Sílvia:
Sou a Sílvia, uma social media marketer com uma equipa fantástica, que adora gatos, videojogos e qualquer coisa da Disney, e tenho um trabalho que me deixa fazer o meu próprio horário e trabalhar de qualquer parte!
Em 2010 comecei a fazer retratos e a postá-los online no Facebook, o que me deu um "boost" de confiança e motivação para fazer mais, especialmente quando recebia "requests" para desenhar celebridades;
2013 comecei a fazer freelance e a cobrar pelo meu trabalho, comecei por oferecer ilustrações claro, alguns designs e algumas traduções também;
2015 fui para belas-artes tirar Arte Multimédia, continuando a fazer freelance "on the side", desta vez mais como Virtual Assistant e Social Media Manager;
2018 acabei o meu curso e comecei a fazer freelance full-time (nunca chegando a procurar um trabalho "na vida real");
2020 comecei a criar conteúdo para promover o meu trabalho, e comecei também a trabalhar com uma equipa - comecei por trabalhar com o meu namorado e eventualmente comecei a contratar pessoas para me ajudarem com a criação de conteúdo para clientes;
As 5 lições de vida:
Tudo acontece por uma razão - Pode não parecer na altura, pode até demorar uns anos a descobrir a razão, mas quando a razão chegar tudo fará sentido. Por exemplo,
eu ia-me mudar para Londres, para ir para a faculdade lá, e à última da hora não fui. Durante anos arrependi-me de não ter ido. Pensei que era o maior erro que podia ter feito, mas eventualmente apercebi-me que se tivesse ido não teria os meus gatos (podia ter outros diferentes, mas não seria o mesmo), podia não ter tido as oportunidades que tive ao longo dos anos...E se for honesta comigo, a minha vida acabou por ser bem boa mesmo com este "erro". Sim, às vezes ainda penso nisso, mas agora faz sentido.
Todos temos o poder de criar novas oportunidades - Se nos sentirmos presos numa situação que não gostamos, está nas nossas mãos fazer algo para mudar. Por exemplo, já tive bastantes clientes com quem era chato ter que trabalhar, mas na realidade eu não tinha que fazer nada. Estava nas minhas mãos saber dizer que não e procurar uma melhor alternativa. Claro que nem sempre podemos mudar de um dia para o outro, mas podemos ir fazendo o que está ao nosso alcance para nos irmos aproximando do objetivo. Ah, e por experiência própria - normalmente quando fechamos uma porta, outra acaba sempre por se abrir.
Se não nos respeitarmos, ninguém respeitará - Outra lição que fui forçada a aprender ao trabalhar com clientes, é que como disse antes, temos que saber quando e como dizer que não, especialmente no que toca a cuidarmos do nosso tempo e bem-estar. No início da minha carreira como freelancer, eu trabalhava todo o dia, a toda a hora, em todo o lado. Sempre que recebia uma mensagem, ia directamente responder. Claro que os clientes adoravam, mas eu não me estava a respeitar a mim, o que levou a que eles não respeitassem também. Quando eventualmente comecei a colocar limites no meu trabalho, os clientes já estavam "mal-habituados", o que tornou mais difícil a transição.
A música certa pode mudar completamente um dia - Tanto para um lado como para o outro. Tenho músicas (aliás, uma playlist inteira) que gosto de ouvir antes de reuniões ou de ter que gravar conteúdo, porque me deixam cheia de energia e preparada para qualquer coisa. Mas também tenho músicas que adoro, mas que me levam de volta para momentos não tão bons do meu passado.
Conseguir ver as coisas do ponto de vista dos outros é um superpoder - Tive uma experiência recentemente em que uma cliente começou a insultar o meu trabalho de um momento para o outro (antes disso adorava tudo o que fazia), e quando fui falar com ela, preparada para a "despachar", ela explicou-me o que se estava a passar na vida dela e de repente tudo fez sentido. Justifica a forma como me tratou? Não. Mas não posso dizer que na posição dela não teria feito o mesmo.
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